Edição: Jardins
Onde se pode fazer tudo a pé. Para deixar mais claro, a região dos Jardins engloba as ruas de quatro bairros nobres: Jardim América, Jardim Europa, Jardim Paulista e Jardim Paulistano. E como que surgiu essa zona?
Tudo começou quando o urbanístico inglês Barry Parker apresentou um projeto à Companhia City of S. Paulo Improvements and Freehold Land Co., a qual fez um loteamento na região do atual Jardim América. Com base no conceito de cidade-jardim, a região planejava concentrar residências de alto padrão.
Em seguida, foi a vez do Jardim Europa. O projeto, neste caso, foi assinado pelo engenheiro-arquiteto carioca Hipólito Gustavo Pujol Júnior.
E depois formaram-se o Jardim Paulista e o Jardim Paulistano nas áreas que eram anteriormente das famílias Pamplona, Paim, Matarazzo e Melão.
E hoje? Bem, os Jardins são conhecidos pelas lojas de grifes internacionais, museus, restaurantes, bares e hotéis luxuosos. Cobiçado, é a área ideal para quem valoriza as boas coisas da vida!
E o que fazer nos Jardins?
- Se gosta de comprar: A Rua Oscar Freire é um ícone do bairro: nela e em seus arredores se concentram as mais luxuosas grifes, restaurantes e deliciosas sorveterias.
- Se gosta de arte: Galerias Casa Triângulo e Zipper, que possuem ótima curadoria.
- Se gosta de ler: Um projeto lindo da região é a Livraria da Vila, na Alameda Lorena, assinado por Isay Weinfeld.
- Se gosta de comer: Para quem deseja fazer compras de produtos especiais e de qualidade, a aposta certeira é a Casa Santa Luzia, clássico empório da região.
Bom, a arquitetura não poderia ser muito distante desses ideais. A zona que engloba os quatro bairros nobres Jardim América, Jardim Europa, Jardim Paulista e Jardim Paulistano é cheia de projetos arquitetônicos imponentes. Conheça:
Edifício Guaimbê
Dos premiados arquitetos Paulo Mendes da Rocha e João de Gennaro, o prédio se destaca por ser inteiramente feito em concreto aparente. Sua austeridade e grandiosidade são diferentes dos seus arredores exatamente por causa de sua estética, dominada por materiais em estado bruto. Cada um de seus 13 andares é abrigo de um apartamento com 200 metros quadrados, o que era uma inovação para o ano em que foi construído (1962).
Edifício Saint Honoré
Outro ícone da verticalização de São Paulo. Concebido pelo famoso arquiteto Artacho Jurado, esse é também um prédio que expressa muito bem algumas de suas preferências nessa etapa de sua carreira. Com características “hollywoodianas”, longas sacadas e uma implantação em L (que o diferencia de outras construções no local), o Edifício Saint Honoré conseguiu manter-se moderno mesmo 62 anos após sua construção em 1958.
Edifício Azul e Branco
Com o seu estilo retrô e charmoso, esse prédio se destaca na rua Oscar Freire pela sua tradição e pelas suas duas torres semelhantes, uma com detalhes na cor azul e a outra na cor branca, batizando o edifício de “Azul e Branco”. Além disso, ele conta com sacadas curvas, traços modernistas e grandes janelas. O projeto do engenheiroincorporador judeu polonês Arão Sahm e do arquiteto italiano Guido Gregorini conseguiu se manter praticamente inalterado desde sua construção em 1958, o que é realemente admirável. A maior mudança proferida foi para a melhora do prédio, uma vez que o artista plástico Hércules Barsotti, que morava ali, doou pouco antes de morrer várias gravuras para as áreas comuns.
Edifício Paulicéia
Esse é um dos prédios mais icônicos da cidade de São Paulo, simbolizando a transição da construção de antigos casarões para modernos edifícios. Além desse valor histórico, é também um exemplo de bom gosto arquitetônico com as suas persianas de madeira envernizada, fachadas envidraçadas e revestimento de pastilha e de ladrilho português. Um projeto de 1958 assinado por Jacques Pilon e Gian Carlo Gasperini fez parte em 2010 dos patrimônios históricos tombados pela Secretaria Cultural Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) tal a sua importância. E não podemos esquecer de sua inigualável localização: na Avenida Paulista, coração pulsante da capital.